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05/09/2006
O Livro da Vida (1)


Visões - 12 O Livro da Vida (1)
Visões - 12 O Livro da Vida (1)

    O LIVRO DA VIDA
 
     Sob este título, vou trazer aos leitores um relato impressionante. Ele é ao mesmo tempo um ato assombroso da misericórdia de Deus, e também um apelo urgente para a conversão. Agora é, como nunca antes, tempo urgente de conversão.
     E é devido a esta premência, que começo este trabalho. Ontem, assim que abri a internet, dei com um indicativo de site vindo da Reina del Cielo, dando um endereço da internet: http://www.gloriapolo.com/testimonio.html
     Havia no e-mail um pequeno resumo da história, e mal li a primeira frase, como que uma voz interior imperiosa me pediu: Traduzir! E não tive dúvidas! Cliquei no endereço, baixei o arquivo para o word, e imediatamente passei a traduzir, não me importando e nem querendo saber se era bom ou não, nem no que ia dar. Apenas obedecei! Nem sequer respondi aos e-mail, o leitor que me desculpe, mas isso é super importante.
     Para o leitor que já leu o nosso texto e mensagem “Julgamento de uma alma”, este texto que vem, em três capítulos, é apenas um complemento. Para quem não leu ainda aquele, este certamente será seu primeiro grande susto.
     Eu diria que tais coisas servem para todos nós, até mesmo para os santos. Elas têm o imenso pendor de nos abrir os olhos, primeiro para a eternidade, do qual abre alguns dos véus. Depois para a Justiça Divina, milimetricamente executada, desvendando para nós alguns segredos ciosamente guardados por Deus, e que constam no nosso Livro da Vida – todos nós temos um diante de Deus – e que marca fielmente todos os nossos atos, desde a nossa concepção, até o instante da morte.
     Mas, para mim, o grande pendor deste depoimento que segue, é tirar a nossa máscara. É deixar cair por terra nossos fingimentos, nossa postura de grande, nosso orgulho, nossas faltas escondidas, em especial nosso orgulho pavoroso de achar que assim estamos bem, que não temos pecados, que já fazemos o suficiente pela nossa salvação.
     Ó que engano! E à medida que o texto foi progredindo, também eu passei a fazer um exame de consciência e percebi dezenas de passagens da minha vida, onde cometi as mesmas faltas – para mim não eram para Deus sim, agora descobri – e, portanto tudo isso serviu para mim, e servirá para cada um dos que acompanhar tudo até no fim.
     Devo pedir desculpas ao leitor pelo seguinte: Na realidade eu não conheço a língua espanhola, e se faço estas traduções é de metido. Mas como este caso se passa não na Espanha e sim em Bogotá na Colômbia, o idioma de lá já é corrompido, e contém uma série de regionalismos os quais não consegui tradução perfeita.
     Uma coisa é certa, porém: dá para entender perfeitamente, e seguramente não haverá uma sensível distorção, capaz de subverter o sentido das frases. Não vou dar nenhuma pista do texto, entretanto é fantástico. E porque o texto consta de mais de 12 páginas de Word, me obrigo a fazer os comentários que julgar pertinentes, dentro de cada texto, onde irei numerando e respondendo a cada um. O comentário irá em letra itálica.
     O texto é um extrato de entrevista dada verbalmente pela protagonista a uma Rádio e, portanto não é a mesma coisa que se fosse escrito e pensado na resposta. É, pois, algo mais espontâneo, mas tocará profundamente a cada coração, pois vem do Espírito Santo.
     No site citado se poderá ver os documentos médicos, os atestados dos sacerdotes que a acompanham e conhecem, e nós cremos em tudo, porque a experiência adquirida neste campo de salvação, das almas, da eternidade, nos fez amadurecer bem.
    Tudo isso prova sempre a mesma coisa: O imenso amor de Deus por nós! Prova a Sua
Infinita Misericórdia. Prova o seu imenso poder! O sentido é trazer de volta, é resgatar os seus filhos, mesmo que seja fazendo arrancar cadáveres dos túmulos. Ele já fez isso com Lázaro! Com Talita! E fará, se preciso for, com cada um de nós! Só por amor!
    Mas pergunto: haverá cadáver mais putrefato que o de um morto espiritualmente? Haverá túmulo mais negro, mais horripilante, que o daqueles que se aninham nos braços de satanás? Haverá desgraça maior que escolher o demônio por pai?
     Aqui está um prova de que todo o orgulho será rebaixado. Especialmente o orgulho daqueles que se pensam, que se dizem católicos, mas são um mísero espantalho!
    Segue o assunto:
 
TESTEMUNHO DE GLÓRIA CONSTANZA POLO ORTÍZ (Colombia)
 
Tomado de uma das entrevistas efetuadas pela doutora Glória Polo na Radio Maria
 
Irmãos! Na verdade é muito fantástico para mim, o estar aqui com vocês, compartilhando esta maravilhosa graça que me deu meu Senhor, faz mais de 10 anos. Isto se deu na Universidade Nacional de Bogotá.
Nos estávamos nos especializando em odontologia, com um sobrinho, que também era odontólogo e o meu esposo nos acompanhava. Tínhamos que pegar alguns livros na Faculdade de Odontologia e era um dia à tarde. Estava chovendo muito e meu sobrinho e eu nos abrigamos debaixo de um guarda-chuva bem pequeno, e meu esposo, que tinha uma jaqueta impermeável, encostou-se à parede da Biblioteca Geral (1).
 
1 – Chamo a atenção para o ambiente acadêmico e Universitário de hoje. Nunca, em todos os tempos, houve uma fábrica tão prodigiosa de apóstatas como as Universidades de hoje. Não há, praticamente, mais nem uma só onde os comandos delas não estejam nas mãos de satã! Que levam a negação de Deus, a pregação de teorias heréticas como a evolução e a reencarnação, além da difusão de mentiras e calunias contra a Igreja Católica. É neste espírito que se dará a história!
 
Entretanto, sem nos darmos conta do perigo e para evitar poças de água, passamos por debaixo de umas árvores. Quando fomos saltar por cima de uma grande poça, caiu sobre nós um raio. E nos deixou carbonizados. Meu sobrinho faleceu na hora.
Ele era muito jovem e apesar de sua curta idade, era muito ligado a Deus, sendo devoto do Menino Jesus que trazia sempre consigo no bolso da camisa em seu peito, numa pequena imagem de quartzo.
Segundo os peritos, o raio entrou nele através da imagem, e bateu direto no coração, queimando-o todo por dentro e saindo pelo pé. Mas por fora, seu corpo não carbonizou, nem sequer queimou.
De minha parte, o raio entrou em meu peito e me queimou de forma espantosa, por dentro e por fora. De uma forma tal que este corpo que vocês vêem aqui reconstituído, é por misericórdia de Nosso Senhor. O raio me carbonizou os dois seios, e praticamente fez me desaparecer toda a carne ali, também minhas costelas, o ventre e as pernas... E antes de sair pelo pé direito me carbonizou também o fígado, os rins e os pulmões. Mais...
Como se eu usava um dispositivo de contracepção DIU (2) em forma de T, feito de cobre, e como o cobre é um bom condutor de eletricidade, o raio me carbonizou, na realidade me pulverizou também os ovários, e tive uma parada cardíaca. E ali, sem vida, meu corpo, tomado pela eletricidade ficou imóvel. Mas observem: esta foi apenas a parte física.
 
2 – Que o leitor preste bem atenção em cada detalhe da vida desta pessoa. Adiante ela dirá que é mentira que o vento leva as palavras, porque as palavras que diz, ficam todas gravadas no Céu, e um dia dela prestaremos conta. Também dos atos que cometemos, e aqui, nesta história, a protagonista verá acontecer uma espécie de castigo purificador, para cada ato anterior de sua vida. Prestem bem atenção! Sim, também quanto ao uso assassino de dispositivos intra-uterinos de contrace
pção, virá a lição. Aqui ela já teve a resposta: O DIU que ela usava, fez pulverizar seus ovários.

 
Mais o mais belo, o mais maravilhoso é que embora as minhas carnes estivessem ali carbonizadas, eu me vi imediatamente dentro de um túnel branco, em gozo, em paz, em felicidade tal que não há palavras humanas para descrever a grandeza deste momento: era um êxtase imenso (3). E eu ia feliz, volátil, nada me pesava dentro deste túnel, e olhando bem no fundo dele, havia como que um sol, uma luz formosíssima. Eu digo que é branco isso para dar-lhe uma cor, porque nenhuma das cores terrenas é comparável com esta luz formosíssima. Eu sentia a fonte de todo este amor, desta paz.
3 – Milhares de experiências iguais já aconteceram em todo mundo, pelos tempos. E sempre que existe este fato de morte, o desprendimento da alma do corpo nos é dito que leva a esta sensação inicial de liberdade, paz, conforto, alegria.
 
Quando eu ia subindo eu disse: é quarta-feira! Eu morri! E neste instante pensei em meus filhos e disse: Ó Deus, meus filhinhos!? (4) Que vão dizer aos meus filhos!? Esta mãe tão ocupada, que nunca teve tempo para eles. Aí me encontrei com a verdade da minha vida e fiquei triste. Eu saíra de casa para transformar o mundo deixando minhas crianças ao desamparo.
 
4 – Também quanto a isso ela receberá uma terrível lição. Mas o simples fato de ela se preocupar com o que deixou de fazer, já sinalizava para algo inusitado. Porque quando a pessoa se despede da vida, vai logo a julgamento, antes ainda de ter contato com os seus entes queridos, até porque, antes de abraçá-los tem o Purgatório... Ou o inferno! E lá não tem abraços! Nem tem retorno!
 
E neste instante de vazio por meus filhos, eu dou uma olhada e vi algo belo; já minhas carnes não estavam nem nas medidas do tempo de cá. Sem ocupar espaço, vi a todas as pessoas num mesmo instante, em um mesmo momento a todas as pessoas. Os vivos e os mortos! Abracei aos meus bisavós. Os meus pais que haviam falecido, a todos, e foi um momento pleno, extraordinário.
Aí me dei conta de que me haviam enganado quanto a reencarnação, porque eu defendia a reencarnação. Eu ia vendo meu avo, meu bisavô, e os via por toda parte. Me abraçaram e assim me encontrei com eles por um instante. Nos abraçamos e também a todas as pessoas com as quais convivi, em muitos lugares e no mesmo instante.  Somente minha filha, quando a abracei, ela se assustou, porque tinha nove anos e ela sentiu meu abraço.
Passou-se pouco tempo neste momento tão maravilhoso e lindo. Eu estava sem carnes! Já não via como via antes, quando meu corpo estava gordo, fraco, negro, e feio. Eu via agora o interior das pessoas, que lindo ver o interior das pessoas!.. Ver o interior delas, e seus pensamentos, seus sentimentos! E as abracei por um instante sem problemas, quanto seguia subindo e subindo, cheia de gozo. E foi quando senti que ia desfrutar de uma vida maravilhosa. Ao fundo eu via um lago belíssimo! (5)
 
5 – Sim, ela teve uma pequena visão do Céu! Nada como ver antes o céu, para se adquirir pavor depois do inferno, ainda mais quando se o mereceu. Mas se verá que ela ainda tinha vínculos com a terra, embora a visão da própria morte seja atestada por muitos que já passaram por esta experiência mística. Mesmo os que se perdem!
 
Neste instante ouvi a voz de meu esposo, que chorava em altos brados, com profundo sentimento e gritando me disse: Que houve, Glória!? Por favor, não se vá! Volte, Glória, volte! Os meninos, Glória! Não se acovarde! E neste instante vejo-o só, chorando cheio de dor, e foi quando meu Senhor me concedeu regressar, embora eu não quisesse vir, devido a aquele gozo, aquela paz, aquela alegria que eu sentia.
Então, lentamente passei a descer, buscando meu corpo, mas me encontrei sem vida. Estava meu corpo deitado em uma cama da Universidade Nacional de Enfermagem. Via como os médicos me davam choques elétricos em meu coração,
para fazer sustar a parada cardíaca. (6)
 
6 – Ela própria atesta que realmente morreu e também os documentos médicos, entretanto Deus tinha uma lição a nos dar e a usaria para isso. Uma pessoa não fica por duas horas e meia com o coração parado, tendo o organismo todo queimado internamente e com falência múltipla dos órgãos, sem que seu cérebro seja danificado. Somente por milagre de Deus..
 
Fiquei duas horas e meia, ali estirada, visto que não me poderiam recolher devido a corrente elétrica, só então me poderiam atender. Então passaram a tentar me reanimar.
Veja: Eu cheguei e pus os pés aqui, nesta parte de minha cabeça. E uma faísca, com toda violência por ali me entrou. Eu entrei em meu corpo e me doeu muito entrar de novo, porque saiam faíscas por toda parte. Eu o via encapsular, e sentia dor em minhas carnes. Como tudo me doía! Da carne queimada saia fumaça e vapor! (7).
 
7 – Impressionante esta descrição do retorno da alma ao corpo. De como ela volta a ocupar o lugar antigo, este corpo cheio de dores e sofrimentos, nosso invólucro externo. Isso nos mostra também o quanto a alma é livre, leve, e como a eternidade é fantástica para aqueles que amam a Deus.
 
Mas a dor mais terrível era em minha vaidade! Eu era uma mulher com visão de mundo, uma mulher executiva! A intelectual, a estudante, que escravizava seu corpo, com a beleza e a moda. Fazia quatro horas diárias de malhação! Escravizava-me para ter um corpo formoso! Massagens, dietas... (8) Bem! De tudo que se pode imaginar, esta era minha vida! Uma rotina escravizante por um corpo belo. E eu dizia: Bem, se tenho seios bonitos é para mostrá-los! Igual as minhas pernas, porque sentia que tinha pernas espetaculares e seios lindos; e neste instante via aquele horror!
Toda minha vida cuidando de um corpo! Este era o centro de minha vida: o amor ao meu corpo! E agora não havia corpo, nem seios, apenas uns ocos impressionantes! Sobretudo o seio esquerdo: tinha praticamente desaparecido, e minhas pernas, eram mais terríveis ainda: pedaços vazios e sem carne, como fossem carvões negríssimos!
 
8 – Aqui começa o verdadeiro julgamento, e serve de lição para todas as mulheres como esta se descreve. Saem a conquistar o mundo, se esquecem de seus filhos, e em especial serve para aquelas que fazem do seu corpo uma arma de sedução. Cada pedacinho de seio a mostra, cada perna insinuante, cada corte devasso e atrator dos vestidos e calças, tudo está anotado no Céu. As roupas de Maria testemunharão contra tais mulheres!
 
     Aqui, a protagonista teve os seios que ela adorava expor, como fulminados pelo raio e secaram. Na realidade, se Deus fosse punir imediatamente as mulheres que só têm na cabeça a idéia fixa de seduzir, que perderam o pudor de nem mais ruborizarem quando são medidas gulosamente por olhares de homens adúlteros, bem, se fosse assim, que me façam uma estatística de quantas sobrariam, as que nunca seduziram. E não adianta dizer que é machismo levantar isso, porque esta resposta vem de satanás. É com ele, que tais mulheres irão acertar suas contas, caso elas não se arrependam antes, e em tempo! Como disse, para as mulheres Deus deixou Maria como exemplo!
 
Levaram-me ao Seguro Social, rapidamente me operaram, e passaram a raspar todos os tecidos queimados. Como eu estava? Anestesiada! Mas desejava sair de meu corpo! Ficava olhando o que estavam fazendo os médicos com meu corpo. Estava preocupada com minhas pernas, e quando estava pronto, passei por um momento terrivelmente horroroso.
Porque lhes conto isso, meus irmãos? Eu fora uma “católica dietética” em toda minha vida. Pois minha relação com o Senhor era de uma Missa aos Domingos, por 25 minutos, onde torcia para que o padre falasse menos, senão ficava tomada de desespero e angustia.
Esta era minha rel
ação com Deus! E como esta era minha relação! Só isso, pois todas as correntes do mundo me arrastavam para uma sarjeta, ao ponto de que, quando em estava me especializando, e quando estava nos estudos, eu ouvi de um sacerdote que o inferno não existia e que os diabos tampouco (9). Quem mais falou em medo? Para minha tristeza agora, olhei para o padre e vergonhosamente lhes confesso que a única coisa que me mentinha na Igreja era o medo do diabo.
 
9 – Aqui um horror a mais! Um sacerdote do Altíssimo, pervertendo uma alma. Mesmo que ela estivesse ali apenas por medo do diabo, o que não é bom e correto, mas esta seria a forma de ela acabar se salvando. Mas quando o padre lhe disse que o diabo não existe, naquele momento o demônio passou a tomar posse mais profunda dela. Porque isso a fez justificar todos os pecados, mesmo os mais abomináveis. Ai do padre que fizer isso! Ai de quem fazer perder uma alma! E esta quase se foi.
 
Mas quando me disseram que ele não existe, foi uma luta. E disse para mim mesma: bom, se é assim então para o Céu vamos de qualquer jeito, não importa como somos! (10) E isso acabou por alijar-me completamente do Senhor! Com isso, comecei a falar mal sobre o pecado, e isso piorou sempre mais a minha relação com o Senhor. Comecei a dizer a todo mundo que os demônios não existem, que são invenção dos padres, que são manipulações da Igreja... Bem!
 
10 – Mais um erro diabólico que põe a perder imensidões de almas. Claro que elas não terão justificativas, mas o erro de uns abre as portas para o de outros. A aceitação da heresia por muitos, leva a impressão de que passou a ser regra geral, e, portanto Deus tem que se sujeitar a ela. Milhões de intelectuais passaram a pensar assim, dizendo que Deus é Bom – e é – e não condenaria a ninguém – e não condena! Quem se condena são as pessoas que pensam e pregam o erro doutrinário. E este é um terrível! Deus não seria Bom, se fosse injusto! E injustiça seria premiar quem vive na terra a devassidão! Para que então a pureza, a humildade, a oração e a obediência? Para o sarcasmo dos intelectualóides?
 
Comecei assim! E estudando com muitos companheiros da Universidade Nacional, comecei a me dar conta de que Deus não existia e que éramos produto de uma evolução. E, vejam, quando me aconteceu este acidente, que susto terrível eu tive quando vi os demônios, que vieram me recolher, já que o pagamento era eu! (11)
Neste instante, vejo como das paredes da sala de operações, começaram a brotar muitíssimas pessoas. Aparentemente pessoas comuns, porém todas tinham olhos de um ódio tão imenso, um olhar tão espantoso, que me dei conta naquele instante, de que minhas carnes saía uma sabedoria especial, e me dei conta de que a todos eles eu devia algo. Que meu pecado não fora gratuito, e que a principal infâmia e mentira do diabo foi dizer que ele não existia, mas vi como vinham me rodear para me recolher.
 
11 – Deus lhe proporcionava estas visões dos demônios – não eram uma realidade viva – porque senão já teria havido condenação eterna e o processo era irreversível. Nem Deus consegue salvar os que se querem condenar! Mas a visão mostrava o que aconteceria com esta mulher, caso ela tivesse sido já julgada e condenada. Ela iria para o inferno, e adiante o leitor entenderá os mil motivos.
 
Vocês não fazem idéia do susto, do terror, ao saber que esta minha sabedoria científica não servia para nada (12). Eu me revolvia contra o piso, me revolvia em minhas carnes para que elas me recebessem, mas elas não me recebiam. Neste susto terrível, eu saí correndo e não sei em que momento, atravessei a parede da sala de cirurgia. Eu desejava me esconder entre os pacientes do hospital, entretanto saí através das paredes, zaz, e dei um saldo no vazio!
 
12 – Eis aqui um truque magistral do demônio para ganhar almas: saber científico! Os tais títulos de doutor! Já disse muitas vezes
, sem medo de errar: no céu não existe um só doutor! Nenhum doutor! Nenhum teólogo! Nenhum grande deste mundo! Sim, o inferno está cheio deles! Assusta? Pensam que é loucura minha? Nada disso: quem não se despe de seu título e volta a ser criança antes de entrar no Céu – nem que seja na hora do seu julgamento particular, jamais entrará ali. Os títulos deste mundo, por mais pomposos e valiosos que sejam, não servem de nada na eternidade. Mas são uma pavorosa arma de perdição eterna. Cuidado, doutores deste mundo! Vejam o que lhes acontecerá:

 
E entrei por uma quantidade de túneis que desciam abaixo. No princípio tinham luz e eram luzes como enxame de abelhas, donde saía muitíssima gente. Mas à medida que eu ia descendo as luzes se iam apagando, e comecei a andar por uns túneis envoltos em trevas espantosas, destas que não existe comparação na terra. Na verdade, mesmo o mais escuro na terra, jamais chega perto do que é lá. Nada se lhe pode comparar. As próprias trevas em si, já causam dor! E causam horror! Vergonha, e causam mal estar!
E quando terminei a descida, por todos aqueles túneis, desesperada cheguei a uma parte mais plana. E havia esta força terrível, que me obrigava a sempre descer, mesmo contra toda minha vontade, pois eu não conseguia parar. Minha vontade de nada servia! Eu queria subir, e sair logo, mas permanecia ali.
E então vi como o chão se abriu como uma bocarra enorme e neste instante senti um imenso vazio em meu corpo, e caí num abismo inenarrável. Porque o mais espantoso deste oco, deste vazio, é que eu não sentia nem um pouco do amor de Deus, nem uma gota de esperança, e por isso eu gritava aterrorizada enquanto aquele vazio imenso me sugava, e sugava.
Eu tinha perfeita noção de que se havia entrado ali: é porque minha alma estava morta. E neste horror tão imenso, quanto estou entrando, me agarraram pelos dois pés. Meu corpo mergulhou naquele vazio, porém meus pés estavam seguros por alguma força acima. Foi um momento muito doloroso e terrificante. E veja: com a ausência de Deus em meu caminho, comecei a gritar: Almas do Purgatório, por favor, me tirem daqui! 
Quando eu estava gritando, passei por um instante de dor intensa, porque me dei conta de que hoje milhares e milhares de pessoas se encontram neste mesmo oco, sobretudo os jovens, e com dor me dei conta de que começara a ouvir o ranger de dentes, com alaridos e lamentações que me estremeciam inteira.
Muitos anos me haviam custado para entender isso, porque eu me punha a chorar cada vez que me dava conta do sofrimento destas pessoas, que em um momento de desespero se haviam suicidado, e estavam nestes tormentos, e tantos ali se encontravam. Mas o mais terrível de todos os tormentos deles era a ausência de Deus (13). Não se sentia o Senhor!
 
13 – A ausência de Deus! A sensação de perda, e perda eterna! Muitos são os casos de santos e de pessoas que passaram por esta experiência misteriosa. Por força do amor do nosso Deus. Sentir que se perdeu Deus para sempre, é certamente o sentimento mais pavoroso, mais terrificante, mais esmagador que uma alma pode sentir. Saber que se O desprezou vezes sem conta, que se cuspiu na salvação até o último e renegado instante, tudo isso só pode consumir-se num remorso assustador, mais doloroso que o fogo, mais terrível que as trevas, mil vezes uma criatura assim não ter nascido.
 
E no meio desta dor, comecei a gritar: Quem errou? Olhem como sou santa! (14) Jamais roubei, nunca matei, eu dava alimentos aos pobres, eu extraia dentes de graça aos que necessitavam... Que faço aqui? Eu ia a Missa aos Domingos e apesar de me considerar atéia nuca faltei e se em minha vida inteira faltei cinco vezes a Missa foi muito. Eu era uma alma que sempre ia a Missa! Que falo então aqui? Eu sou católica, por favor: eu sou católica, tirem-me daqui!
 
14 – Olhem aqui – também na Colômbia – e no mundo inteiro, o velho ditado que satanás ensinou a dizer entre risos de escárnio: não matei, não roubei, portanto sou um cidadão sem pecados! Viu presidente? Ou não viu nada? Esperto o demônio! Se somente matar e roubar fossem pecados, quem sabe gente como nosso presidente estaria entre os santos. Mas mentir também é pecado gravíssimo! Enganar toda uma nação é crime! E também ser um católico de fachada, de mentira, uma podridão ambulante, também isso pesa na balança. E a nossa protagonista logo verá que pesa, e como pesa! Não adianta brandir diante do demônio o título de católico: somente os que vivem a fé católica o espantam! Não os que a dizem viver!
 
Quando eu estava gritando que era católica, vi uma luzinha, uma luz em meio a aquelas trevas é o máximo que uma pessoa poderia receber naquele momento. Vejo agora uma escada por cima deste oco, e vejo ali meu pai, que havia falecido cinco anos atrás, quase no fundo do vazio, e tinha um pouco de luz. Quatro lances mais acima, eu vejo minha mãe, com muito mais luz, porque ela está em posição como de oração (15).
Quando eu os vi, me deu uma alegria tão grande, que comecei a gritar: Papai, mãezinha, por favor, me tirem daqui, eu lhes suplico, tirem-me daqui! Quando eles me olharam e meu pai me viu assim, não imaginam a visão de dor tão grande que havia em seus olhos. Porque ali, um sente o sentimento do outro, e cada pessoa vê isso, esta dor tão grande, tanto que meu pai começou a chorar, e punha suas mão na cabeça e balbuciava: minha filha! Minha filha! E minha mãe rezava, porém me dei conta de que ela não me podia tirar dali, e a minha dor era maior ao saber que eles compartilhavam esta dor comigo.
 
15 – Pela descrição dela, da posição e do estado de seu pai e sua mãe, e também pelo que se verá a seguir, é possível saber que o pai dela estava ainda no purgatório e sua mãe já no céu. O que está muito claro aqui, é o sentimento das almas, e a comunhão dos santos. Na verdade, as almas como que interagem, elas se vêem umas as ouras, também aos seus pensamentos, tudo é um livro aberto. Fantástico! Assombroso! Isso nós veremos!
 
Então comecei a gritar novamente: por favor, olhem, me tirem daqui, eu sou católica! Alguém se enganou! Por favor, saquem-me daqui! E quando estava gritando pela segunda vez escutei uma voz, uma doce voz, uma voz que a cada vez que escuto estremece minha alma e me inunda de intenso amor e de paz. E todas as criaturas fugiram espavoridas (os demônios que ali se achavam) porque elas não resistem ao Amor! Sem Ele não há paz, e havia paz para mim!
 
Aqui cortamos a primeira parte, por questão de ajuste no site. Por favor, não deixe de ler a segunda parte. O Mais impressionante vem a seguir!
 
Arnaldo!



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