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Maria
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23/07/2008
Consagração Monfortina - V


23/07/2008 12:22:59

Maria - Consagração Monfortina - V


  E - PRÁTICAS EXTERIORES DA SANTA ESCRAVIDÃO


  Sua importância


[60] Além da prática interior desta devoção, de que acabamos de falar, existem as exteriores que não se devem omitir nem descuidar.


  A consagração e sua renovação.  


[61] A primeira é a de se dar a Jesus Cristo em qualquer dia memorável pelas mãos de Maria, da qual no tornamos escravos, e de nessa intenção comungar, nesse dia, passando-o em oração: consagração que se renovará pelo menos todos os anos, no mesmo dia.


  Oferecimento de um tributo à Santa Virgem.  


[62] A segunda prática é a de oferecer todos os anos, no mesmo dia, um pequeno tributo à Santa Virgem, em sinal de sujeição e dependência; sempre foi essa a homenagem dos escravos aos seus senhores. Ora, esse tributo é, ou alguma mortificação, alguma esmola, alguma peregrinação, ou algumas orações. O bem-aventurado Marin, segundo o testemunho de seu irmão, São Pedro Damião, se disciplinava publicamente todos os anos, no mesmo dia, diante de um altar da Santa Virgem. Não se pede nem se aconselha tal fervor; mas se não se dá muito a Maria, deve-se ao menos oferecer o que se apresenta com coração humilde e reconhecido. 


  A celebração especial da festa da Anunciação.
 
[63] A terceira é de celebrar todos os anos, com uma devoção particular, a festa da Anunciação, que é a festa principal desta devoção, a qual foi estabelecida para honrar e imitar a dependência em que o Verbo eterno se colocou nesse dia, por nosso amor.


  A recitação da “Pequena Coroa” e do “Magnificat”
 
[64] A quarta prática exterior é de rezar todos os dias, sem obrigação de pecado se se deixar, a Pequena Coroa da Santa Virgem, composta de três Padre-Nossos e de doze Ave-Marias; e recitar freqüentemente o Magnificat, que é o único cântico que temos de Maria, para agradecer a Deus os seus favores e atrais novos; sobretudo não se deve deixar de rezar depois da Santa Comunhão, como o sábio Gerson: crê que a mesma Santa Virgem fazia após a comunhão.  


O uso da correntinha. 


[65] A quinta consiste em usar uma pequena corrente benta no pescoço, ou no braço, ou no pé ou atravessada no corpo. Esta prática pode omitir completamente, sem interessar fundamentalmente a esta devoção; seria, contudo, pernicioso desprezá-la e condená-la, e perigoso negligenciá-la.
 
Eis as razões para usar este sinal exterior:
 
1º) para garantir-se das funestas cadeias do pecado original e atual, pelas quais fomos amargurados;
2º) para honrar as cordas e laços amorosos com os quais Nosso Senhor quis ser amarrado, para nos tornar verdadeiramente livres;
3º) como esses são laços de caridade, traham eos in vinculis caritais, lembram-nos que não devemos agir senão movidos dessa virtude;
4º) enfim, recordam nossa dependência de Jesus e de Maria, na qualidade de escravos; daí o costume de usar tais correntes.
Vários personagens eminentes, que se fizeram escravos de Jesus e de Maria, estimavam tanto essas correntes que se queixavam de lhes não ser permitido arrastá-las nos pés publicamente, como os escravos dos Turcos.
Ó cadeias, mais preciosos e mais gloriosas do que os colares de ouro e de pedras preciosas de todos os imperadores, pois nos ligam a Jesus Cristo e à sua Santa Mãe, e representam para nós suas gloriosas marcas e librés!
É preciso notar que é conveniente que as correntes, se não forem de prata, sejam ao menos de ferro, por causa da comodidade.
Não se deve deixá-las nunca durante a vida, a fim de que elas nos possam acompanhar até o dia do julgamento. Que alegria, que glória, que triunfo para um fiel escravo, no dia do julgamento, que seus ossos, ao som da trombeta, se levantem da terra ligados ainda pela corrente da escravidão que, aparentemente, não estará apodrecida! Fortemente animado de tal pensamento, não deve deixá-la um devoto escravo, em tempo algum, por mais incômoda que seja para a natureza.


  ORAÇÃO A JESUS
 
[66] Meu amável Jesus, permiti que me dirija a vós para testemunhar o meu reconhecimento pela graça que me concedestes, dando-me a vossa santa Mãe pela devoção da escravidão, para ser minha advogada junto de vossa Majestade, e meu suplemento universal em minha grandíssima miséria. Ai de mim! Senhor, sou tão miserável, que sem esta boa Mãe estaria irremediavelmente perdido. Sim. Maria me é necessário junto de vós, em toda parte: necessária para vos aplacar em vossa justa cólera, pois vos tenho ofendido todos os dias; necessária, para sustar os castigos eternos de vossa justiça, que mereço; necessária para contemplar-vos, falar-vos, rogar-vos, aproximar-me de vós e vos agradar; necessária para salvar minha alma e a dos outros; necessária, em uma palavra, para fazer sempre a vossa vontade e procurar em tudo a vossa maior glória.
Ah! quem me dera publicar por todo o universo esta misericórdia que tivestes para comigo! E que todo o mundo soubesse que sem Maria já estaria condenado! Pudesse eu render-vos dignas ações de graças por tão grande benefício! Maria está em mim, haec facta est mihi, Oh! Que tesouro! Que consolo! E eu não seria, depois disso, todo dela? Que ingratidão, meu Salvador amado! Enviai-me a morte antes que me aconteça tal desgraça: pois prefiro morrer que viver sem ser todo de Maria.
Mil e mil vezes tomei-a, com S.João Evangelista ao pé da cruz, por todo o meu bem! e outras tantas vezes dei-me a Ela; mas se até agora não o fiz bem, conforme desejos, ó Jesus amado, faço-o agora como quereis que o faça, e se vedes em minha alma e em meu corpo algo que não pertença a essa augusta Princesa eu vos rogo que o arranqueis e o jogueis para longe de mim, pois que o que não é de Maria não é digno de vós.


  INVOCAÇÃO FINAL AO ESPÍRITO SANTO  


[67] Ó Espírito Santo! concedei-me todas essas graças e plantai, regai e cultivai em minha alma a amável Maria, que a Arvore da vida verdadeira, a fim de que cresça, floresça e suscite frutos de vida com abundância. Ó Espírito Santo! dai-me uma grande devoção e uma grande inclinação para com vossa divina Esposa, um grande apoio sobre seu seio maternal e recurso contínuo à sua misericórdia, a fim de que nela formeis em mim a Jesus Cristo, grande e poderoso, até à plenitude de sua idade perfeita. Assim seja.


  ORAÇÃO A MARIA SANTÍSSIMA
 
Eu vos saúdo, ó Maria, Filha bem amada do Pai Eterno; eu vos saúdo, ó Maria, Mãe admirável do Filho; eu vos saúdo, o Maria, Esposa fidelíssima do Espírito Santo; eu vos saúdo, ó Maria, minha Mãe querida, minha amável Senhora e minha poderosa Soberana; eu vos saúdo, minha alegria, minha glória, meu coração e minha alma! Vos sois inteiramente minha por misericórdia e eu sou todo vosso por justiça; e ainda não o sou suficientemente; eu me dou inteiramente a vós; novamente, na qualidade de escravo eterno, sem nada reservar para mim nem para outrem.
Se vedes ainda em mim alguma coisa que vos não pertença, eu vos suplico que o tomeis neste momento, e vos torneis a Senhora absoluta de minhas forças; destruí, desenraizai e aniquilai tudo o que desagrade a Deus; e implantai, incrementai e operai tudo o que vos agrade.
Que a luz de vossa fé dissipe as trevas de meu espírito; que vossa humildade profunda tome o lugar do meu orgulho; que vossa contemplação sublime detenha as distrações de minha imaginação errante; que vossa vista continua de Deus encha de sua presença minha memória; que o incêndio da caridade de vosso Coração dilate e abrase a tibieza e a frieza do meu, que vossas virtudes tomem o lugar de meus pecados; que vossos méritos sejam meu ornamento e meu suplemento diante de Deus. Enfim, ó minha Mãe bem amada, fazei, se for possível, que eu não tenha outro espírito senão o vosso para conhecer a Jesus Cristo e sua divina vontade; que eu não tenha outra alma senão a vossa para louvar e glorificar o Senhor; que eu não tenha outro coração senão o vosso para amar a Deus com um amor puro e ardente como o vosso.
Não vos peço visão, nem revelações, nem gostos, nem prazeres mesmo espirituais. Vós é que vedes claramente sem trevas; provais claramente, sem amargor; triunfais gloriosamente à direita de vosso Filho no céu, sem nenhuma humilhação; ordenais de uma maneira absoluta aos Anjos, aos homens e aos demônios, sem que se vos possa resistir, dispondo, enfim, segundo a vossa vontade, de todos os bens de Deus, sem reserva alguma.
Eis o divinal Maria, a melhor parte que o Senhor vos deu e que nunca vos será tirada; com o que sobremaneira me alegro. De minha parte, cá em baixo, não quero absolutamente outra alegria que a que tivestes; a de crer simplesmente, sem nada sentir nem ver; a de sofrer alegria, sem consolo das criaturas; a de morrer continuamente a mim mesmo, sem alívio algum, trabalhar denotadamente até a minha morte, para vós, sem nenhum interesse, como ao mais vil de vossos escravos. O único favor que vos peço, por pura misericórdia , é que todos os dias e momentos da minha vida, eu diga três vezes Amem: Assim seja, a tudo o que fizestes na terra, quando aqui viveis; Assim seja, a tudo o que fazeis presentemente no céu; Assim seja, a tudo o que fazeis em minha alma, a fim de que não haja senão vós a glorificar plenamente a Jesus em mim no tempo e na eternidade. Assim seja.
 


Gentileza Abílio e Maria Auxiliadora
 




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