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25/11/2012
Cristo Rei


Evangelho - Cristo Rei
25/11/2012 22:45:28

Evangelho - Cristo Rei


Sermão do Arcebispo Alojzije Stepinac em Zagreb, Croácia, 25 de outubro de 1943 – Festa de Cristo Rei



Posted: 24 Nov 2012 07:15 PM PST



Fonte: spessantotomas.blogspot.com

Arcebispo Alojzije Stepinac



Quando olhamos à nossa volta neste mundo, quando consideramos o que se passa à nossa volta, podemos concluir que tudo que é criado na terra está sujeito a mudanças. Os reinos vegetal e mineral estão sujeitos a alterações. Até mesmo as estações estão sujeitas a alterações. O firmamento e as profundezas do mar estão sujeitos a alterações. E da mesma forma o ser humano também está sujeito a mudanças.



Ao sair de seu berço, onde as mãos de sua mãe o tinha colocado, ele aprende a andar, a partir dessa idade se torna um menino que cresce até a adolescência, e a partir da idade da adolescência, ele cresce até a maturidade, para terminar num curto espaço de tempo como um fraco velho à beira do túmulo, e voltar novamente ao pó do qual ele foi feito. E o poder humano também está mudando na terra. Hoje, milhões tremem diante de indivíduos cujos nomes não terão algum eco na memória do futuro.



Todavia, existe um poder que não tem fim, que não conhece rival, que não conhece o medo e mudança alguma. Esse é o poder Real de Jesus Cristo, Filho de Deus, do qual o Apóstolo disse: “Jesus Cristo ontem, hoje e sempre o mesmo!” (Hebr. 13:08).
É a este Rei imortal que a Igreja canta a par tir de hoje os cânticos: “Cristo, Tu és o Rei dos séculos, Tu és o príncipe de todos os povos, Tu és o único juiz de todas as mentes e corações.” É a este “Rei dos reis e Senhor dos senhores” (Apoc. 19:16) que nós vimos hoje aqui, para adorar, cheio de uma fé viva, de profunda humildade, e com o coração cheio de arrependimento.



Vamos refletir no seu poder real e as nossas relações com Ele, tanto como indivíduos e como nações. Se os indivíduos e os povos tivessem consciência do que eles realmente são diante de Deus, e quais são suas funções haveria menos miséria na terra e mais felicidade.



O que somos nós como indivíduos? Como indivíduos nós nos assemelhamos a Lázaro em seu túmulo. Ele teria ficado por toda a eternidade na escuridão do túmulo se a luz do mundo, Jesus Cristo, não tivesse descido sobre seu túmulo e dito: “Lázaro, vem para fora” (Jo 11:43). Cada um de nós não seria nada e teríamos permanecido assim eternamente, se o amor de Deus e o poder de Deus não tivesse nos chamado à vida e nos mantido vivos. Todos os homens de boa vontade deveriam se juntar a São



Paulo Apóstolo e repetir: “Pela graça de Deus, eu sou o que sou” (1 Cor. 15:10).
Como, então, devemos julgar as pessoas que levantam suas cabeças com orgulho, como se Deus não existisse sobre a Terra e como se a lei dos Evangelhos fosse supérflua? Devemos dizer a eles o que Cristo disse para a cidade de Cafarnaum infiel: “E tu, Cafarnaum, pensas que vai elevar-se para o céu? Tu vai descer até o inferno” (Mt. 21:23).



E o que são, diante de Deus, os povos e raças do mundo? Vale a pena meditar sobre esse assunto numa época em que as teorias de classe, raça e nacionalidade tornaram-se o s principais temas de discussão entre os homens.



A primeira coisa que nós afirmamos é que todas as nações, sem exceção, são como nada diante de Deus. “Todas as nações são perante Ele como se jamais tivessem existido”, diz o profeta, “e são contadas para Ele como nada, apenas vaidade” (Isaías 40:17). Estas palavras do profeta já encontraram a sua afirmação, muitas vezes na história do mundo, quando a mão divina, por várias razões, varreu nações inteiras da face da terra. E, aliás, isso pode acontecer hoje com todas as nações que não estão em conformidade com as leis dadas por Deus, porque “O Senhor fez o pequeno e o grande” (Sabedoria. 6:8).



A segunda coisa que podemos afirmar é que todas as nações e todas as raças têm sua origem em Deus. Apenas uma raça realmente existe e essa é a raça divina. Sua certidão de nasc imento é encontrada no livro do Gênesis, quando a mão divina formou o primeiro homem do barro da terra e soprou nele o espírito de vida (Gn 2:7). Ele o fez homem e mulher, os abençoou, dizendo: “Crescei e multiplicai e enchei a terra” (Gen. 1:23). Entre todos os que pertencem a essa raça, desde a entrada no mundo até sua partida, o seu fim é e será o mesmo, pois está escrito pela mão divina para todos, “Tu és pó e ao pó tornarás” (Gen. 3:19).



Aqueles que pertencem a essa raça podem ter uma cultura maior ou menor, podem ser brancos ou negros, separados por oceanos, vivendo no Norte ou no Polo Sul, mas eles permanecem, no essencial, a mesma raça que vem de Deus e que deve servir a Deus de acordo com as leis do direito divino natural e positivo, inscrito nos corações e nas almas dos homens e revelada pelo Filho de Deus, Jesus Cristo, o Príncipe de todos os povos.



Mas por que, então, as diferentes nações e povos? Qual é a sua função? Eles estão todos aqui, sem exceção, para a glória de Deus. Porque, mesmo sendo Deus um ser simples, para nós homens, quis evidenciar a Sua grandeza, beleza e majestade através da diversidade de Sua criação. Quanto Deus deve ser admirado através de sua criação no reino vegetal, com cores tão variadas! Pelo reino mineral tão variado! O reino animal tão diversificado! O enorme número de estrelas no céu! Os oceanos imensos!



Mas a Sua grandeza se manifesta de uma maneira extraordinária, bem como sua Sabedoria e seu poder, pelo fato de que Ele criou um tão grande número de povos sobre a terra, com uma grande diversidade de línguas e culturas. Esta diversidade das línguas e dos grupos étnicos pode levar a muita rivalidade entre as nações assim como promover o progresso cultural, semelhante ao que ocorre em famílias onde há muitas crianças!



Finalmente nacionalidade em si mesma, pode ser um fator positivo para resistir à decadência moral que às vezes brota e é propagada por outra nação. Deus, portanto, tinha motivos grandes e sábios, quando Ele criou a diversidade entre os povos e quando Ele deixou o mandamento do amor sincero até mesmo pela terra natal para os corações e as almas dos homens.



Mas esta diversidade não deve se tornar uma fonte de destruição mútua. Em terceiro lugar, nós afirmamos que todas as nações e raças, como refletido no mundo de hoje tem o direito de levar uma vida digna de homens e de ser tratadas com a dignidade com que se trata qualquer ser humano. Todos eles, sem exceção, pertençam à raça dos ciganos ou a outra, sejam eles negros africanos selvagens ou europeus civilizados, sejam eles judeus ou detestados arianos orgulhosos, tê m o mesmo direito de dizer: “Pai nosso que estais no céu” (Mt. 06:09). E se Deus deu a todos esse direito, quem é o poder humano para negá-lo? Todas as nações, não importa quais seus nomes, têm o mesmo dever de bater no peito e dizer: “Perdoai as nossas ofensas assim como nós perdoamos a quem nos tem ofendido” (Mt 6:12).



É por isso que a Igreja Católica sempre condenou e condena hoje também, todas as injustiças e as violências cometidas em nome das teorias de classe, raça ou nacionalidade. Não é direito exterminar os intelectuais da face da terra, porque isso pode ser agradável para a classe trabalhadora, como o bolchevismo tem ensinado e feito. Não se pode apagar da face da terra, os ciganos e judeus, por considerá-los raças inferiores. Se as teorias racistas, que não têm fundamento algum, devessem ser aplicadas sem escrúpulos, que garantia ou segurança haveria para qualquer outr a nação em tudo isso?



A Igreja Católica teve a coragem no passado recente, como sempre tem quando é necessário, levantar a voz contra o trabalho secreto da Maçonaria internacional, contra a privação moral da nossa juventude pela imprensa sem escrúpulos, contra os crimes de aborto praticado por aqueles que estão ansiosos apenas por ganhos materiais. Ela teve a coragem de defender os nossos direitos nacionais croatas, e para lançar essa palavra de defesa diante de cabeças coroadas. Seria infiel ao seu dever se não levantasse a voz, hoje, com a mesma energia, em defesa de todos aqueles que sofrem injustiças, independente da raça a que pertencem. Ninguém tem o direito de matar ou prejudicar de alguma forma aqueles que pertencem a outra raça ou a outra nação. Isso só pode ser feito pelas autoridades legítimas, se provado o crime de um indivíduo e se a punição do crime, for requerida pela lei.



Essas coisas, aliás, são para aqueles que procuram entender, sem segundos interesses, o amor pelo seu próprio país, permanecendo como um Católico fiel, não com palavras vazias, mas como um dever moral diante de Deus. Homens e mulheres Católicos! Fiéis Católicos! Hoje é a festa de Cristo Rei. Não um rei cujo poder dura para hoje e amanhã, mas a festa do Príncipe dos príncipes! E sobre esse Príncipe está escrito: “(Porque a nação ou o reino que recusar servir-te perecerá, e sua terra será devastada)” (Isaías 60:12). Isto é o que a história tem mostrado muitas vezes. Ele vai mostrá-lo novamente se as nações atuais rejeitarem a lei do Evangelho e repelirem a Cristo. Seu dever é trabalhar de tal maneira que o espírito do Evangelho verdadeiro possa ser introduzido na nossa vida pública e privada.



Pois através do Evangelho o hom em está mais próximo de Deus e, por assim dizer, só nos Evangelhos pode o homem encontrar satisfação. Deus colocou o homem como uma coroa sobre a terra e o mestre de toda criação. “Crescei e multiplicai e enchei a terra e sujeitai, e dominai sobre os peixes do mar, e as aves do céu, e todos os seres viventes criaturas que se movem sobre a terra” (Gen. 1:28). E que a pessoa humana, que nossa época moderna tem degradado à posição de escravo das criaturas, possa tornar-se novamente o centro em torno do qual gira toda a criação, de acordo com o plano estabelecido pelo Criador do mundo. Porque o ser humano, independente de qual seja seu nome, raça ou nação a que pertence, carrega sobre si a marca do Deus vivo, uma alma imortal.



Uma das razões que convenceu Cristóvão Colombo, a buscar terras além-mar era o seu desejo de conquistar novas nações para Cristo. Após seu retorno, quando ele foi questionado sobre os novos países, ele descreveu a riqueza e as maravilhas do novo mundo com entusiasmo. Mas ele concluiu sua descrição com as palavras, “Índia” - pois ele pensava que a América era a Índia - “A Índia é linda e rica, mas a joia mais bonita da Índia é a alma dos índios.”



Sim! Essa é a joia mais bonita de cada homem, a qual quando parecia definitivamente perdida, a fim de restaurá-la, o Filho de Deus, Jesus Cristo, desceu do céu, para dar não só tudo o que tinha, mas até mesmo dar a sua própria vida na cruz para redimir esta joia - a alma do homem - resgatá-la da lama do pecado, para buscá-lo e salvá-lo. Homens e mulheres Católicos! Fiéis Católicos! Frequentemente acontece que um homem atravessa campos e escala montanhas, pisa em cima de joias de ouro que estão escondidas sob os pés, e que ele não tem a menor noção. Mas, em sua ignorância não há nenhuma tragédia.< br />



É muito mais trágico quando os homens passam sobre o que existe de mais bonito no próprio homem, o que o torna semelhante a Deus, ou seja, a sua própria alma imortal, e a dos outros. Fora com essa ignorância!! Vamos todos ter consciência de sua dignidade como homem! Deixe-o ser consciente de sua vocação real como um filho de Deus, sobretudo hoje, quando celebramos a Festa de Cristo Rei, o Rei dos séculos, o Rei dos povos, mas sobretudo o Rei das almas imortais dos homens, a quem devemos toda glória e honra ao longo dos séculos.



Amém

 


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