Porto Belo, SC, 19 de agosto de 2020
(Eu estava conversando com Jesus)
- Queres chama-lo de Toninho?
- Posso, Jesus?
- Sim! Lembra que deste este nome ao bebê que encontraste naquele ribeirão? (*)
- A história se repete?
- Quase se repete: Aqui houve o estupro e lá também; aqui houve a interrupção da gravidez...
- Lá também...
- Lembras que aquela mãe veio buscar o seu filhinho?
- E ela ficou tão feliz!
- Mas, em vida, havia passado por tantos sofrimentos!
- Jesus, no caso de hoje, a mãe vai sofrer por interromper a gravidez?
- Sofrerá por ter sido seu corpo mutilado, mas não sofrerá as dores da consciência por não ser culpada... Mas filho, não cabe a ti fazer o julgamento, até porque o Toninho já está no Céu!
- Está no Céu? O Toninho atual?
- Ué! Tu não o batizaste?
- O Batismo do Desejo...
- Batismo do Desejo salva!
- E a mãe do Toninho?
- Filho, vamos falar de outras mães: Das que, conscientemente abortam e deixam suas crianças sem a graça de Deus... Sem o Céu! Veja tu mesmo...
(E agora vejo o que o Senhor me mostra.)
No meio de escombros, ruinas, matagais, roças, cinzas, lixo, vejo mulheres procurando alguma coisa: revirando entulhos, soprando cinzas, revolvendo ossos, vasculhando o capim, tateando na escuridão, tropeçando e machucando-se nos tombos... Corando, chorando, chorando: - Onde está? Elas gritam. E encontram até pilhas de ossinhos... Milhões de ossinhos e segurando alguns apertam-nos nos corações! E gritam desesperadamente: - Estes não são meus!
- Jesus, isto é muito triste! O que, afinal, elas procuram?
- Os ossos de seus ossos... Seus filhinhos abortados...
- E encontrarão?
- Não! Mas ficarão eternamente à procura!
- Todas as mães que abortaram?
- As que conscientemente assim agiram... Esta é uma das pagas! Já conheces outras formas de pagamento!
- É verdade! Você já me mostrou outros castigos...
- Não deves chamar de castigo, pois Deus não castiga ninguém: As pessoas procuram isto, movidas pelo remorso! E isto é eterno! Mas filho, observe estes outros casos.
(E um quadro aterrador se passa ao meu redor.)
- São homens! Por que assim agem? O que pagam?
- Como vês, filho, não são só as mulheres que pagam, mas os homens que as fizeram cometer tais crimes. Os responsáveis pela gravidez...
(E homens, em fila, aproximam-se de uma MÓ (Pedra de moinho) e se lançam sobre o rodar delas... lançam-se de cabeça, mas suas cabeças não saem do doutro lado, esmagadas que são pela pesada pedra e apenas seus corpos saem do outro lado! A gritaria, os berros parecem fazer estremecer toda a terra! Meu coração parece saltar! É difícil testemunhar isto! E mais ainda: Os que saem do outro lado dão a volta à pedra e ao aproximarem-se recebem suas cabeças de volta, agora com formas horrendas e se lançam novamente sob a gigantesca roda de pedra para ali ter novamente suas cabeças trituradas!)
- E por que o corpo não se machuca?
- Na verdade o corpo gerou a gravidez, mas a cabeça sentenciou o crime!
- E também é eterno este castigo?
- Eles procuraram isso!
- Basta, Jesus! Chega por hoje... Mas, adianta rezar por eles?
- Por estes não! Eles e elas se condenaram para sempre! Mas os que não tiveram toda a culpa ou procuraram os meios do perdão mudando de vida, para estes podes rezar e até deves rezar! E são tantos...
- Tais quais a “criança” em questão?
- A criança em questão não pagará... Mas,
“Ai de quem escandalizar uma criança! Melhor seria se colocassem pedras ao pescoço e o atirassem no mar!” (Mc 9,42)
“Jesus!”
(*) Alusão à Mensagem do dia 28 de Junho de 2016 – Toninho, publicada no livro Essências.
Cláudio Heckert
Fonte: https://missaosalvaialmas.com.br/?cat=47&id=3239